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Peça amor de Perdição
Peça amor de Perdição

Ambiente: Ônibus

Período: Pôr-do-sol

Personagens: Lúcia, Camilo

(O ônibus para, e entram vários passageiros; Camilo está sentado ao lado da janela, e vai para o banco do corredor, colocando sua bolsa ao seu lado, para que ninguém sente)

(Ao ver Lúcia procurando algum lugar pra sentar, Camilo, rapidamente, retira sua bolsa do banco)

Camilo: Você pode sentar aqui, se quiser!

Lúcia: Ah, obrigada!

(Camilo se levanta para dar lugar a Lúcia, que senta ao lado da janela)

Camilo: Mas se você quiser pode sentar no banco do corredor também, se o sol estiver te atrapalhando...

Lúcia: É, pode ser...

(Os dois levantam rapidamente para trocar de bancos, e Camilo, com a bolsa na mão, fica meio desajeitado, travando a passagem de Lúcia)

Camilo: Desculpa!

Lúcia: Não, tudo bem!

(Finalmente, os dois conseguem trocar de assentos)

Lúcia: Não tem mesmo nenhum problema você ficar na janela?

Camilo: Não, não... Fica até melhor pra você descer!

Lúcia: Mas pra onde eu vou é muito longe! É capaz de você descer primeiro! Conhece o bairro Jardim Viseu?

Camilo: Conheço sim... É, é meio longe mesmo... Mesmo assim, eu só desço uns 3 bairros depois (risos)!

Lúcia: Ah, tá... (Lúcia dá uma risada discreta)

Camilo: Hoje você deu sorte em achar um lugar vazio! No horário de almoço, quando eu pego o ônibus em frente à Biblioteca Mendes pra ir pra casa, eu vou o trajeto inteirinho em pé!

Lúcia: Que estranho! Eu moro bem em frente à Mendes e nunca te vi por lá!

Camilo: É que faz pouco tempo que eu trabalho lá! Mas... Interessante, eu pensei que você estava indo pra casa...

Lúcia: Não, eu tô indo ver meu tio... Ele tá meio doente, e quando esse pessoal mais velho adoece a gente nunca sabe quando vai ver pela última vez, né?

Camilo: Pois é... Não dá “mesmo” pra controlar esse tipo de coisa...

Lúcia: Eu que o diga... O meu irmão mais novo, ele... Ele morreu... Ano passado...

Camilo: Nossa, eu, eu sinto muito pelo seu irmão!

Lúcia: Não precisa não, eu já superei, pode ficar tranqüilo...

Camilo: Desculpa a pergunta, mas ele também estava doente?

Lúcia: É, pode ser... Se é assim que você define o amor...

 

Ambiente: Danceteria

Período: Noite

Personagens: Simão, Teresa, Baltasar, Lúcia, Joaquina

(Simão e Teresa dançando ao centro, em clima de sedução)

(Lúcia, a irmã mais velha de Simão, também está na festa, dançando)

(Simão pede um tempo a Teresa e vai até o DJ)

(O DJ tira um dos fones para ouvi-lo)

(Simão pede a ele que coloque uma música mais romântica)

(O DJ afirma com a cabeça)

(Simão volta para perto de Teresa)

(Ao trocar de música, as pessoas aplaudem de animação)

(Simão e Teresa se aproximam ao dançar, trocando gestos e olhares apaixonados)

(Baltasar entra na festa procurando Teresa, Lúcia percebe e fica preocupada; Baltasar se aproxima do casal, que está dançando ao centro)

(A música termina e os dois quase se beijam, quando Baltasar puxa o ombro de Simão, que se vira para ele)

Baltasar: Que sacanagem é essa aqui? Não sabe reconhecer a mulher dos outros não?

Simão: Tá ficando doido, cara? Quem te disse que ela é sua?

Baltasar: Tu vai ver é agora o quê que acontece com quem mexe com mulher minha!

Simão: Sobe!

(Inicia-se uma briga entre os dois, inicia-se um tumulto na danceteria, com mulheres gritando, Lúcia e outras pessoas tentando apartar a briga, quando ouve-se um tiro no meio da luta)

Teresa (chorando): Não!

(Teresa corre para ver o que aconteceu)

(Chega um carro da polícia à porta da danceteria)

Repórter: Neste exato momento, a polícia está tentando acalmar a situação, pois parece que alguém foi seriamente ferido e os civis não estão dando passagem para os paramédicos, a qualquer momento entraremos ao vivo, e com mais informações. Diretamente para o Jornal do Canal, Teresa. Teresa! Teresa... Teresa, acorda!

Ambiente: Casa de Baltasar; Quarto onde Teresa está

Período: Manhã

Personagens: Teresa, Joaquina

(Teresa acorda, suada, e senta na cama imediatamente; após isso, Teresa agarra Joaquina, chorando compulsivamente)

Teresa (chorando): Simão!

Joaquina: Calma, Teresa, calma! Tá tudo bem, foi só um sonho...

Teresa: Eu quero ver o Simão! Eu preciso ver ele, Joaquina! Eu preciso!

Joaquina: Arre, mulher, se acalme! Olhe que eu vou buscar um copo com água e já volto!

(Teresa espera que ela saia, e, ainda tremendo, pega uma foto e um telefone celular debaixo do colchão, e disca o número marcado na foto)

Ambiente: Casa da família Botelho; Sala de visitas

Período: Horário de almoço

Personagens: Simão, Manuel, Rita, Lúcia, Valéria, Mariana

(As irmãs de Simão estão se arrumando para ir ao colégio)

(Simão olha para uma foto idêntica à que Teresa segura, e se lembra dela)

(Manuel chega com passos firmes)

Manuel: Simão, quantas vezes eu já te disse para esquecer essa moça! Ela é filha do meu maior inimigo político! O amor de vocês dois é impossível!

Simão: Mas o que... Pára com essa palhaçada, Manuel! E troca essa roupa! Vai que o pai entra e te vê usando o terno dele!

(Manuel senta-se ao lado de Simão, rindo)

Manuel (tirando os sapatos, o paletó e a gravata): Até parece... Ele nem lembra mais da gente, com essa campanha política dele...

(Simão olha pensativo para a foto)

Manuel: Mas não é nele que você está pensando, né?

(Simão nem ouve o que Manuel pergunta)

Simão: Eu tô preocupado com a Teresa! Ela tá doente, presa naquele lugar! Aquele pai dela prefere “manter a imagem” do que cuidar da filha!

(As três irmãs estão saindo do quarto enquanto Simão fala de Teresa)

(Entra Rita, pulando, e fala ao ouvido de Simão)

Rita: Ôooooo... “Bebezim ti mamãe” tá apaixonado!

Simão: Pára, Rita, que coisa chata!

Rita: Nossa, Simão, foi só uma brincadeira!

Lúcia: Liga não, Rita, ele tá chato mesmo! Mas logo, logo, isso passa!

Simão: Não, dessa vez é sério!

Valéria: Tá! Pois eu aposto que semana que vem você nem lembra mais dela!

Simão (enfurecido): Eu mudei, ouviu? E foi por ela!

Lúcia (debochando): Mudou mesmo! Tanto que deu a maior surra no Baltasar só porque ele disse umas besteiras pra você!

Rita: Mas o Simão tava com razão! O Baltasar disse que queria ficar com ela à força!

Valéria: Pára de defender ele, Rita! Agora, por causa da sua “razão”, senhor esquentadinho, você foi suspenso do colégio por mais de uma semana! Agora fica aí, sem nada pra fazer, só pra ficar pensando besteira!

Simão (de ombros): Por mim, tudo bem!

Valéria: É, dá pra ver na sua cara como é que tá tudo bem!

Simão: A única coisa que eu penso agora é dar um jeito de ver a Teresa!

Lúcia: Desiste, meu bem! Ela tá trancada lá na casa do Baltasar, numa cidade a trezentos quilômetros daqui!

Simão: E você acha que eu não sei?

Rita: Pois, se eu fosse você, pegava um ônibus e ia ver ela!

Valéria: Pára de colocar coisa na cabeça do seu irmão, Rita! Não tá vendo o estado dele?

Manuel: Além do mais, o Baltasar não ia deixar você chegar nem perto!

Rita: Ai, que ódio! Esse cara pensa que é o quê?

Simão: Eu não quero nem pensar nisso, Rita! Eu tô confuso demais pra imaginar! Só de lembrar que eu fui quase expulso por causa dele...

Lúcia: Calma, maninho, que eu já resolvi tudo!

Simão: Como assim, Lúcia? (sarcasmo) O quê que você deu pro diretor pra ele me readmitir?

Lúcia: Deixa de gracinha! Eu não dei nada pra ninguém não! (a campainha toca)Olha! Deve ser ela!

Simão: Ela quem?

Mariana: Boa tarde...

Simão: Mariana? Mas, Lúcia, como você...

(Lúcia olha para seus outros irmãos com um sorriso de criança)

Lúcia: Sem perguntas, que a gente tá muito atrasada pro colégio, tá bom? Na volta a gente se fala!

Manuel: É, tá na minha hora também... Vamos?

Rita: Tá bom! Tchau, maninho! Tchau, Mariana!

(Valéria fala aos ouvidos de Simão)

Valéria: Ah: e divirtam-se, ok?

(Mariana fica envergonhada)

Valéria: Tchauzinho!

(Mariana se posiciona como empregada e espera todos saírem; Mariana pula no sofá e abraça Simão)

Simão: Mariana, que saudades que eu tava de você!

Mariana: Imagine eu, Simão! Você não sabe o tédio que é lá na fazenda! Todo dia é a mesma coisa, não tem nada de interessante pra fazer!

Simão: Eu sei, eu sei... Agora me responde uma coisa: como foi que a Lúcia te encontrou?

(Mariana fica nervosa)

Mariana: Ah, sei lá deve ter sido naquela época que o pai da Teresa atirou em você, você ficou hospedado lá com a gente até se recuperar! Aí a gente acabou se conhecendo...

(Simão faz uma cara séria para Teresa)

Simão: Mas, na época, ninguém ficou sabendo nem que eu tinha sido baleado, muito menos que você tinha ficado cuidando de mim!

Mariana: Ah, Simão, mas você sabe que quando uma irmã quer proteger um irmão, ela faz tudo!

(Simão se assusta, Mariana percebe o erro que cometeu ao falar isso)

Simão: Me proteger de quê, por exemplo?

Mariana: De ir visitar a Teresa, por exemplo!

(Mariana faz menção à foto segurada por Simão)

Simão: O que é isso agora? A minha família me vigiando? Foi por isso que ela resolveu contratar alguém de confiança pra conseguir me controlar enquanto eles estivessem fora?

Mariana: Ela não me contratou, Simão! Fui eu que disse pra ela que, quando você precisasse, ela podia me chamar! E parece que ela acha que você precisa!

Simão: Mas eu não preciso! Eu não preciso de babá!

(Simão, furioso, repele Mariana e sai pela porta da frente)

Mariana: Mas eu não sou sua babá! Simão, espera... Simão!

Ambiente: Rua

Período: Tarde

Personagens: Simão, Mariana

(Simão anda rapidamente pelo meio da rua, sendo perseguido por Mariana. Se afasta a uma distância que considera segura, dobra a esquina e se senta próximo a uma lata de lixo)

(Vê-se Mariana de longe, correndo em direção a Simão)

Mariana: Simão!

Mariana: Simão!... Ainda bem que eu te encontrei! Vem, eu te ajudo a voltar pra casa!

(Simão lacrimeja)

Simão: Eu não preciso voltar pra casa! Eu só preciso que alguém confie em mim!

Mariana: Mas eu confio, Simão, eu confio... Você só tem que confiar em mim também...

(Mariana abraça Simão, com olhar fingido de compaixão, tornado em um olhar sério e pensativo)

Ambiente: Casa de Baltasar; Quarto onde Teresa está

Período: Manhã

Personagens: Joaquina, Teresa

(Joaquina entra cantarolando no quarto de Teresa com a bandeja e o copo com água, quando flagra Teresa tentando esconder o telefone)

Joaquina: Tere... (sussurrando) Teresa, você sabe a loucura que é isso? Se o Baltasar te pega... Ai, eu não quero nem pensar nisso! Me dá isso aqui!

Teresa: Não! Por favor, Jojô! Ninguém sabe que eu...

Joaquina: Não, não e não! Meu bem, eu sei que é difícil pra você, é difícil pra vocês dois, mas pensa no que essa sua atitude pode causar pro Simão! Talvez vocês nunca mais se vejam! Quer um conselho de alguém experiente no assunto? Deixa o tempo fazer o trabalho dele que tudo se resolve! Olha pra mim: Tô trabalhando nessa casa chiquérrima, do lado dessa menininha tão meiga, tão frágil e tão apaixonada... Tudo na vida tem seu propósito, meu amor, tudo...

(Teresa começa a chorar e abraça Joaquina, que a consola)

Joaquina: Pronto, pronto... Agora me dá esse celular e a foto antes que eu comece a chorar também!

Teresa: Não, Jô, a foto não! (sussurrando) Por favor...

Joaquina: Olha... Tá bom, mas vê lá, hein? Esse vai ser o nosso segredinho...

Cenário: Casa da família Botelho

Período: Tarde

Personagens: Simão, Mariana, Baltasar

(Simão, sentado no sofá, liga o celular)

Voz no celular: Você tem uma nova mensagem de voz... Aperte 0 para ouvir a mensagem.

(Simão aperta o botão)

Teresa: Simão... Aqui é a Teresa... Eu não sei o que aconteceu com o seu celular, mas eu só queria dizer que eu tô bem. Eu também queria dizer que eu te amo, que eu tô morrendo de saudades de você, e eu tô louca pra sair daqui. Simão, eu não agüento viver longe de você nem mais um segundo. Eu, eu preciso de você perto de mim! Eu precis... Eu tenho que desligar, Simão, tem alguém vindo, quando você puder me liga! Eu te amo!

(Simão espera a ligação terminar, olha o número e tenta ligar e volta)

Simão: Droga! Não atende!

(Simão olha em volta e vê o telefone fixo, correndo em direção ao mesmo; tenta ligar, porém sem êxito, novamente)

(Simão ruge de ódio)

Simão: Ódio... Tem que ter um jeito...

(Mariana entra na sala)

Mariana: Precisa de alguma coisa, Simão?

Simão: Não, Mariana, eu tô bem, só tô meio cansado de ficar em casa...

Mariana: Porque você não sai pra tomar um ar, então?

Simão: É, boa idéia, eu não estava conseguindo completar a ligação mesmo?

Mariana: Ligação? Pra quem?

Simão: É... Pra minha mãe... Depois que ela viajou, eu nunca mais falei com ela...

Mariana: Ah, que pena... Mais tarde você tenta de novo, então, né?

Simão: É, é o jeito, né?

Mariana: Tá certo, então!

(Simão faz um gesto e ela volta para a cozinha; o cabo do telefone está desconectado)

(Simão olha em volta, nervoso, procurando algo, quando vê a chave da moto do seu irmão em cima da mesa; ele olha em volta, assegurando-se de não haver ninguém por perto, pega a chave rapidamente e sai pela porta)

(Mariana volta para a cozinha a passos rápidos, como se tivesse se esquecido de falar alguma coisa a Simão; quando chega, começando a frase, ela ouve o som da partida da moto, vai correndo até a porta e vê Simão indo embora; Mariana sai correndo até acozinha, pega um celular e disca um número)

Cenário: Rua

(Baltasar andando pela rua, o telefone toca)

Baltasar: Pode falar!

Mariana: O Simão... Ele fugiu...

Baltasar: Deixa comigo... Táxi!

Cenário: Estrada perto da casa de Baltasar

Período: Tarde

Personagens: Simão, Joaquina, Teresa, Batasar, Mariana

(São 17:30 horas quando Simão chega de moto, e estaciona perto da casa de Teresa. As pessoas que trabalham na vigilância não o viram)

(Simão se aproxima por trás da casa, que fica de costas para um bosque fechado)

(Há um guarda por trás da casa; Simão chega sorrateiramente, deixa o guarda desacordado e pega o molho de chaves em seu cinto)

(Simão dá um jeito de ir até o segundo andar, onde fica o quarto de Teresa)

(Ele espreita pela porta, e espera Joaquina sair do quarto)

(Simão bate na janela; Teresa procura saber o que está acontecendo, e, ao ver Simão, rapidamente abre a janela, para que ele entre)

(Os dois não tem palavras, somente se abraçam)

Simão (sussurrando): Vem, Teresa, foge comigo!

Teresa: Não dá, Simão, tem guarda pra todo lado! E eu não tô me sentindo muito bem pra pular a janela e correr!

(Simão vai até a porta e tranca-a por dentro)

Simão: Pronto, Teresa, agora ninguém vai atrapalhar a gente!

(Os dois se abraçam; Simão beija Teresa no rosto)

(Joaquina está voltando para o quarto, para ver se Teresa está bem, quando tenta abrir a porta e vê que a mesma está trancada; tenta forçar para que a porta abra, mas sem sucesso; ouvindo o táxi de Baltasar chegando, rapidamente Joaquina desce as escadas ao seu encontro)

Joaquina: Que bom que o senhor chegou! Aconteceu alguma coisa com a Teresa! Eu não sei como, mas o quarto dela está trancado!

Baltasar: Maldito...

(Baltasar arromba a porta do quarto de Teresa)

Baltasar: Simão Botelho... Até que ponto chegou a sua coragem, hein? Invadindo a casa dos outros! Não sabe perder não, panaca?

Simão: Baltasar, por favor, eu não quero brigar...

(Baltasar saca uma arma e aponta-a com um braço para Simão)

Baltasar: Mas EU QUERO!

Teresa (gritando): Baltasar!

Simão: Calma, cara, eu só quero ficar com a Teresa!

Baltasar: Quantas vezes eu já te disse pra não mexer com a mulher dos outros? A minha, ainda por cima?

Simão: Tá ficando doido, cara? Quem te disse que ela é sua?

Baltasar: Mas você não me provoca, seu...

(Mariana entra correndo no quarto)

Mariana (em gritos): Simão!

(Baltasar se vira)

(Simão aproveita a oportunidade, pega a arma de Baltasar e aponta para ele)

Simão: Pra trás, Teresa! Mariana, leva ela daqui!

Mariana: Eu não vou, antes de você me explicar: que loucura foi essa, Simão!?

Baltasar: Eu não tenho culpa dele ter um pai tão idiota que não soube nem controlar o próprio filho!

Simão: Não fala assim do meu pai!

(Simão atira e acerta Baltasar, que cai morto)

Mariana: Simão, o que foi que você fez!

Teresa: Simão!

(Teresa desmaia, e Joaquina consegue segurá-la)

(Ouve-se o barulho da polícia chegando ao local)

Mariana: Vem, Simão, eu sei pra onde a gente pode ir!

Simão: Mas eu não posso deixar a Teresa de novo!

Mariana: Ela vai ficar bem! Agora a gente tem que ir! Ou você quer se despedir da Teresa para sempre?

(Simão acena com a cabeça, afirmativamente, e Mariana puxa-o pelo braço; os dois descem a escada da casa e saem pela porta da frente, correndo para fugir; antes que dessem a volta, Simão é acertado no braço pelo revólver de um policial)

Mariana: Vem, Simão, eu dou um jeito nisso!

 

Ambiente: Bosque fechado, rodovia, Porto da Balsa

Período: Pôr-do-sol

Personagens: Mariana, Simão

(Os dois seguem, e saem correndo por entre as árvores do bosque atrás da casa, até chegarem em uma rodovia; pedem carona, e vão até o porto da balsa; chegando lá, Mariana vai ao guichê)

Mariana: Duas, por favor!

Homem: Tá tudo bem com o seu amigo? Ele tá com uma cara...

Mariana: É só um mal-estar... Agora dá essas passagens!

(Mariana paga e corre com Simão até a balsa; Ela olha em volta para ver se não havia sido seguida; deita Simão no banco da Balsa)

Mariana: Pronto, Simão, deixa eu dar uma olhada nesse ferimento...

Simão (ofegante): Mariana, eu preciso respirar!

(Simão tosse e expele sangue; Mariana limpa sua boca com um pano)

Mariana: Claro, claro!

(Mariana, com muita dificuldade, senta Simão no encosto do banco)

Mariana: Pronto, Simão, vai ficar tudo bem... Segura aí que eu vou comprar uma água pra você!

(Quando Mariana se vira, passando por vários veículos para procurar um vendedor, Simão anda, com dificuldade, e vai para a beirada da embarcação, vomitando mais sangue; Mariana volta com um copo de água mineral, procura Simão e, ao encontrá-lo, corre atrás dele)

Mariana (correndo e gritando): Simão!

(Simão cai, antes que Mariana o alcance; Mariana pára e procura Simão na água; não o encontrando, ela sobe no apoio da balsa e pula; após alguns segundos, ela é puxada pelo motor da balsa; as pessoas que estão na balsa se aglomeram na beirada da balsa para ver o que está acontecendo, até que alguém grita)

Figurante 1: Olha isso aqui! Meu Deus!

(As pessoas, ao irem ao outro lado da balsa, vêem uma mancha imensa de sangue na água)

Ambiente: Casa de Baltasar; Quarto onde Teresa está, ambulância, quarto de Hospital

Período: Pôr-do-sol

Personagens: Teresa, Baltasar, Joaquina

(Há uma seqüência rápida de acontecimentos: Teresa é levada para o hospital, acompanhada por Baltasar e Joaquina, e é internada)

(Teresa sente uma fisgada no coração)

Teresa: Simão, eu te amo...

(Teresa morre, nos braços de Joaquina; estão no quarto, com elas, Baltasar, suas duas irmãs, o pai de Teresa e o médico)

 

Ambiente: Ônibus

Período: Pôr-do-sol

Personagens: Lúcia, Camilo

Camilo: Nossa, eu sinto muito, muito mesmo! Eu não pensava que havia sido tão trágico!

Lúcia: Não, tudo bem... Eu já te disse, isso é passado!... E eu acho que precisava desabafar com alguém sobre isso, sabe? Eu nunca comentei sobre isso com ninguém, tava entalado aqui dentro... E você me pareceu confiável... É...

(Lúcia ri)

Lúcia: Não sei, mas acho que a gente nem se apresentou, não é?

Camilo: É, e eu nem tive coragem de perguntar seu nome... Prazer, meu nome é Camilo!

Lúcia: Meu nome é Lúcia, o prazer é meu!

(O ônibus pára)

Lúcia: Parece que tá na minha hora! Valeu por me escutar!

Camilo: De nada! Eu gostei muito de ter te conhecido!

Lúcia: Então tá... A gente se vê qualquer dia desses!

(Lúcia vai descendo do ônibus; em seguida, olha para Camilo)

Lúcia: Tchau!

Camilo: Tchau...

(Lúcia desce do ônibus e sai andando; o ônibus parte)

 Fonte: http://fanfiction.com.br/historia/91398/Amor_de_Perdicao_roteiro_Adaptado/